segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Desinfetar mãos com álcool gel foi pouco eficiente contra nova gripe

12 de 100 que limparam mãos com produto foram contaminados pelo H1N1.Em grupo que não usou desinfetante, 15 de cada 100 contraíram o vírus.

Lavar as mãos com álcool gel, uma medida preventiva muito popular durante a pandemia de gripe H1N1 em 2009, não aumenta a proteção contra o vírus, afirma estudo divulgado neste domingo (12) em uma conferência médica nos Estados Unidos.

"Um desinfetante de mãos à base de álcool não reduz de forma significativa a frequência das infecções por rinovírus (responsáveis pelo resfriado, entre outros) ou o vírus da gripe", afirmam os autores do trabalho.

O estudo foi apresentado em Boston (nordeste), na conferência intercientífica sobre agentes antimicrobianos e quimioterapia (Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy), que reúne em torno de 12.000 especialistas em doenças infecciosas até 15 de setembro.

O trabalho foi dirigido por Ronald Turner, da Universidade de Virgínia (leste) e financiada pela Dial Corporation, uma empresa de produtos de higiene e cuidado do lar, filial do grupo alemão Henkel.

"Os resultados deste estudo sugerem que a transmissão pelas mãos é talvez menos importante para a propagação do rinovírus do que se acreditava", afirmam os autores.

Os cientistas concluíram que 12 de cada 100 participantes do grupo que lavou regularmente as mãos com álcool gel foram contaminados com o vírus da gripe H1N1, enquanto que no grupo que não usou nenhum desinfetante, 15 de cada 100 contraíram a doença.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Saúde deve liberar R$ 200 milhões para serviços de hemodiálise

O Ministério da Saúde anunciou investimentos de R$ 200 milhões para os serviços de hemodiálise. O valor deve ser liberado depois da publicação de uma portaria, na semana que vem. Deve haver reajuste de 7,5% no valor das sessões de hemodiálise e a ampliação da oferta de serviços na rede pública. De acordo com o governo Federal, cerca de 70 mil doentes renais atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão beneficiados.

O índice do reajuste foi definido depois de negociações com entidades representativas do setor e após estudo técnico realizado pelo ministério. Foram feitas consultas a clínicas que estão habilitadas para oferecer serviços de hemodiálise por meio do SUS. Por meio de questionário, os profissionais avaliaram aspectos gerais dos serviços (como tamanho, localidade, instalações e equipamentos) e o custo com recursos humanos. O aumento será aplicado em quatro procedimentos.

Esse levantamento faz parte de um grande estudo sobre o setor, que deve ser concluído até o fim do ano.

O ministério informa que, em 2009, investiu R$ 1,6 bilhão nos serviços de hemodiálise pelo SUS -- o que significa acréscimo de 141% em relação a 2001. A rede pública conta com cerca de 630 serviços habilitados para o atendimento a doentes renais, em todos os estados e no Distrito Federal.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Samu ainda não deslanchou

Implantação do serviço de emergência emperra na contratação de equipes nas 14 cidades da região beneficiadas

Mais de dois meses depois de receberem ambulâncias do governo estadual, nenhuma das 14 cidades da região implantou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A chegada dos veículos, que seria a solução para atender e transportar pacientes de urgência e emergência, virou dor-de-cabeça para a maioria das prefeituras, que precisam equipá-los e contratar profissionais. Para muitos secretários de Saúde, o futuro é preocupante. O programa deverá ser mantido com repasses da União (R$ 12 mil), do Estado (R$ 6,5 mil) e de municípios (valor equivalente ao restante dos gastos).

Atualmente, as ambulâncias estão paradas, e as administrações se organizam para fazer o Samu funcionar. Das 14 cidades, quatro já compraram os equipamentos, oito estão em processo de compra, uma vai terceirizar o serviço, e uma não deu retorno ao Diário (veja quadro). A maior dificuldade continua sendo a contratação de profissionais.

Santa Maria está no grupo dos retardatários. A Secretaria de Saúde sabe quantos profissionais serão necessários, mas não bateu o martelo na contratação. A base do atendimento deverá ser o Pronto-Atendimento Municipal, no bairro Patronato. Mas o lugar ainda pode ser mudado.

Funcionamento – A maioria dos gestores concorda sobre a importância do programa, mas diz que o freio de mão puxado é decorrente da falta de garantias do governo estadual.

– É como ganhar uma Ferrari e não ter como pagar o IPVA. Os municípios terão de pagar a conta? – questiona Jorge Luiz Cremonese, secretário de Saúde de Restinga Seca.

– Se o governo não mandar o dinheiro, fechamos o serviço no outro dia – completa o secretário de Saúde de São Gabriel, Paulo Forgiarini.

A Secretaria Estadual da Saúde garante que o repasse será feito logo após o serviço começar.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pacto pela redução da mortalidade infantil nordeste-amazônia legal (Passe o Mouse nos estados)

O Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil Nordeste-Amazônia Legal faz parte do Compromisso para Acelerar a Redução das Desigualdades na Região Nordeste e Amazônia Legal. Conheça o Compromisso.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Atendimento falha em 69% das mortes por dengue no Brasil


Maioria dos pacientes não foi atendida conforme as diretrizes do ministério

A análise foi feita nos seis Estados que respondem por 70% do total de mortes do Brasil

Levantamento inédito do Ministério da Saúde nos registros de pacientes que morreram de dengue este ano revela falha no atendimento em 69% dos casos. O trabalho mostra que metade das mortes ocorreu em municípios com baixa cobertura no Programa Saúde da Família.

Eduardo Hage, diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, comentou o resultado.

- Os números indicam a necessidade de ajustes na forma de atendimento.

A urgência para resolver o problema é reforçada diante do panorama para o verão: 19 Estados, que abrigam 80% da população, apresentam risco muito alto ou alto de epidemia de dengue. Além disso, as mortes por dengue bateram recorde este ano, fazendo pelo menos 530 vítimas no Brasil.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) é enfática ao afirmar que as mortes pela doença são evitáveis. O máximo tolerado é de até 1% dos casos graves. Bem menos que o registrado no País. Até julho, a taxa de mortalidade foi de 3,9%.

A pesquisa do ministério, cujos números finais devem ser divulgados até o fim do mês, quer desvendar as razões de taxas tão elevadas. A partir daí, o assunto deverá ser discutido com autoridades locais.

A análise foi feita nos seis Estados que, reunidos, respondem por 70% do total de mortes do Brasil: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

Desenvolvido em colaboração com secretarias estaduais de saúde e com secretarias municipais das cidades com maiores indicadores, o estudo partiu da avaliação de prontuários, de entrevistas com profissionais de saúde e com familiares do pacientes mortos.

- A meta é verificar se há grupos mais vulneráveis e avaliar o tratamento ofertado.

Até o momento, foram analisados 66 casos fatais - número que já permite traçar alguns indicadores. Uma das principais constatações é a de que pacientes não foram atendidos conforme as diretrizes do ministério.

- Não foi feita a classificação de risco do paciente.

Poluição e variação de temperatura afetam o aparelho circulatório de idosos


Os mais velhos sofrem mais do que as crianças com as más condições do ar



A poluição da cidade de São Paulo, além de sua forte variação de temperatura durante o inverno, afeta principalmente crianças e idosos, que podem sofrer com doenças respiratórias. Mas uma pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) revelou que as más condições do ambiente provocam também problemas no aparelho circulatório dos mais velhos. As informações são da Agência USP.

Os pesquisadores estavam estudando o organismo de crianças menores de cinco anos e de idosos para descobrir como eles reagem à poluição atmosférica. O resultado mostrou que, diferente das crianças, os idosos sofrem problemas na circulação sanguínea. Por isso, eles acabam sofrendo mais com o tempo do que os pequenos.

A geógrafa Edelci Nunes da Silva, autora do estudo, avaliou 14 bairros da zona Sul da capital, onde existem duas estações meteorológicas. Para realizar a pesquisa, ela fez uma associação entre dados de internação e variáveis climáticas como temperatura, umidade relativa do ar, amplitude térmica e índice de conforto. Assim, foi possível separar os distritos por perfis socioambientais, que mostraram que a poluição atmosférica não era sempre o principal fator de aumento do risco de internações em cada local.

- A temperatura e a amplitude térmica também são fortes fatores de influência.

Edelci analisou 12.269 casos de internação por doenças respiratórias em crianças. Nos idosos, observou 24.318 internações por doenças do sistema circulatório e 8.894 do aparelho respiratório. Foi constatado, de forma geral, que tanto as doenças circulatórias nos idosos quanto as doenças respiratórias em ambas as idades apresentam maior risco de provocar internações quando as pessoas se sentem desconfortáveis com baixas temperaturas e com alta amplitude térmica — e não apenas com a poluição do ar.

Contudo, Edelci diz que não é só o clima que torna grande e iminente o risco de internações.

- As más condições de urbanização da cidade agravam as condições de desconforto térmico e aguçam os efeitos das temperaturas e amplitude térmica.


Soluções

Sobre as medidas que devem ser tomadas, a pesquisadora diz que é necessário intervir no espaço, para que as condições de vida melhorem e as pessoas fiquem mais protegidas contra as situações climáticas extremas.

- A intervenção pode ser tomada em dois níveis: o primeiro seria um planejamento urbano com a implementação de fatores controladores do clima como arborização, praças, arruamentos, políticas para diminuição das emissões de poluente. E o segundo seria em casa, na melhoria nas condições construtivas para proteção dos moradores.

Internação por tuberculose deve ser tratada como última saída


Mudança no protocolo do tratamento facilitou a supervisão dos pacientes.


O tratamento obrigatório de pacientes com tuberculose, com internação, justifica-se apenas quando todas as alternativas voluntárias se esgotam. A avaliação foi feita nesta terça-feira (31) por profissionais das áreas de direito e de saúde, no última dia do seminário Tuberculose, Cidadania e Direitos Humanos: Refletindo sobre Deveres para Afirmação dos Direitos das Pessoas com Tuberculose.

A médica pneumologista Margareth Pretti Dalcolmo diz que, quando o paciente rejeita a supervisão, ainda há a possibilidade de os profissionais de saúde tentarem um acordo. Segundo o Ministério da Saúde, 8,8% das pessoas que contraem tuberculose não completam os seis meses de tratamento. Esse número está acima do tolerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 5%.

Para Margareth Pretti, a mudança recente no protocolo de tratamento, que diminuiu de nove para quatro o número de comprimidos diários a serem ingeridos, é uma media que tem ajudado a convencer o paciente a seguir com o tratamento.

– A mudança humaniza e melhora a adesão porque é mais fácil convencer o paciente a tomar quatro comprimidos do que nove. A pessoa que está doente tem que ser seduzida.

A pneumologista Silvia Mateus concorda que deve haver um entendimento, um acordo, entre paciente e médico, quanto à supervisão do tratamento, mas ela diz que, no caso de crianças, o profissional de saúde tem que acompanhar.

O tratamento compulsório exige certas medidas, como aponta Tânia Rodrigues Mendes, procuradora do município de São Paulo. Entre os cuidados estão a garantia de assistência à família do paciente que será tratado e o aparelhamento da rede com condições de receber e tratar dignamente e de forma integral a pessoa que está internada ou sob supervisão.

Para a procuradora, faltam campanhas de divulgação da doença para a população e informações sobre os direitos dos pacientes.
A OMS calcula que a tuberculose atinja 8 milhões de pessoas por ano. Dessas, cerca de 2 milhões morrem. No Brasil, estima-se que a doença provoque a morte de 4.700 pessoas, dentre os 72 mil casos registrados anualmente. Em 2002, apenas 3,3% dos pacientes recebiam acompanhamento. Hoje, o índice aumentou para 43%.

Pesquisa confirma infecções por "novo" tipo de HIV no Brasil

Pessoas podem ser infectadas duas vezes pelos diferentes vírus da Aids.

Getty Images

Confirmação reforça necessidade de usar camisinha, mesmo para quem já foi infectado pelo vírus da Aids (foto)

Estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz confirmou a presença de um segundo tipo de vírus da Aids em 15 pacientes no Brasil, todos em situação de infecção simultânea com o HIV-1, que já circula aqui. Desde 1987, pesquisadores discutem a presença do HIV-2 no país, mas o novo estudo usou meios mais precisos de confirmação e encontrou o maior número de casos.

Para o Ministério da Saúde, responsável pelas políticas contra a doença, o estudo tem impacto principalmente sobre a prevenção. Reforça a necessidade de uso da camisinha, por provar o risco de uma pessoa ser infectada duas vezes, pelos dois vírus, via diferentes exposições - o que pode ocorrer, por exemplo, na existência de múltiplos parceiros sexuais.

O diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais da pasta, Dirceu Grecco, diz que, "mesmo infectada, uma pessoa tem de usar camisinha".

Ele destaca que o HIV-2, detectado pela primeira vez no Senegal, em 1985, tem evolução mais lenta e é menos transmissível. Porém, é resistente a uma das classes de medicamentos contra a Aids.

Segundo informações da fundação, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estimou, em 2008, que a epidemia por HIV-1 atingia 34 milhões de pessoas no mundo, enquanto o HIV-2 seria responsável pela infecção de 2 milhões.


Santa Catarina proíbe uso de termômetros de mercúrio

Santa Catarina é o primeiro Estado brasileiro a proibir o uso do termômetro de mercúrio. O instrumento é utilizado em todo o país para medir a temperatura das pessoas quando elas estão com suspeita de febre.

O objetivo da proibição é evitar a intoxicação pela quebra do instrumento. A comercialização e utilização desse tipo de termômetro está proibida em hospitais e farmácias.

O Estado tem dois meses para regulamentar a lei e as redes de farmácias e hospitais têm doze meses para substituir o instrumento. Depois disso, as empresas irão sofrer multa.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dez estados têm risco muito alto de epidemia de dengue, diz ministro

Projeção para 2011 foi anunciada por José Gomes Temporão.
Ministério da Saúde cria novo indicador chamado Risco Dengue.

Dez estados do Brasil correm risco muito alto de epidemia de dengue no primeiro semestre de 2011, período no qual as incidências da doença aumentam. Outros nove apresentam risco alto e cinco, mais o Distrito Federal, foram considerados como áreas de risco moderado.

O anúncio foi feito por José Gomes Temporão, ministro da Saúde, nesta quarta-feira (1º) em coletiva na sede do Ministério da Saúde, em Brasília. O risco muito alto está presente nos estados Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernanbuco, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe.

"É um indicador mais sensível, incorpora o abastecimento de água e a limpeza, além da densidade populacional. A probabilidade de avaliar o risco é ainda maior"

José Gomes Temporão,
ministro da Saúde

As unidades federativas do Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins apresentam risco alto.

Um novo indicador para monitoramento da dengue, com foco nos sorotipos 1, 2 e 3 será adotado por todos o municípios do país para o controle da epidemia. Chamada Risco Dengue, a ferramenta consiste em cinco indicadores, três de saúde, um ambiental e outro demográfico.

Os critérios, circulação do vírus, incidência da doença entre 2000 e 2010, números de infestações, somados a indicador de densidade demográfica e dados sobre abastecimento de água e coleta de lixo, servirão para identificar melhor as áreas com maior chance de desenvolver uma epidemia e antecipar as medidas de combate, especialmente ao vetor Aedes Aegypti.

Um dos objetivos do projeto é o de ampliar a adoção do LIRA, mecanismo anterior para controle da dengue no país, com 80% de eficácia. Para Temporão, o Risco Dengue possui a vantagem de ser mais sensível e permitir a detecção mais rápida do quadro epidemiológico nos "pontos quentes" ou regiões de risco maior.

"É um indicador mais sensível, incorpora o abastecimento de água e a limpeza, além da densidade populacional", disse o ministro. "A probabilidade de avaliar o risco é ainda maior."

Dengue 4
Temporão afirmou que nenhuma medida adicional será tomada em relação à possibilidade de disseminação do sorotipo 4 da dengue, vindo da Venezuela e que afetou três pessoas em Roraima, com outros 9 casos suspeitos analisados no Instituto Evandro Chagas, em Belém.

Para o ministro, o vírus, que não circulava no país há 28 anos, foi combatido com sucesso no estado. "Todas as medidas de contenção como borrifamentos, visitas domiciliar, informação à população e bloqueio dos bairros com casos foram tomadas", disse Temporão. "Do ponto de vista prático, não há evidência do vírus em outros estados."

Após tratamento, garoto indonésio de 2 anos para de fumar

Nós trocamos o passatempo dele de fumar por brincar', disse autoridade.
Segundo família, Aldi Rizal fumava cerca de 40 cigarros por dia.

Aldi Rizal, o menino indonésio de 2 anos que, segundo sua família, fumava cerca de 40 cigarros por dia conseguiu parar de fumar, após um intenso tratamento médico, informou o centro pediátrico em que ele era tratado nesta quinta-feira (2).


Aldi Rizal chocou o mundo quando um vídeo em que aparecia fumando cigarros foi publicado na internet em maio e chamou a atenção para as falhas do país asiático em regular a indústria do tabaco.

Aldi SugandaRizal, de 2 anos, é visto fumando cigarro enquanto brica com parentes em 23 de maio, em Sekayu, distrito de Sumatra, na Indonésia. Segundo relatos da família, ele é viciado em cigarro e fuma 40 por dia. Ele começou a fumar aos 18 meses, quando

“Ele deixou de fumar e o mais importante é que não pede mais cigarros”, disse o secretário-geral da Comissão Nacional de Proteção à Infância do país, Arist Merkeda Sirait.

Seis meses depois de seu pai lhe dar o primeiro cigarro, o garoto, acima do peso, estava fumando dois maços por dia e reagia com violência quando o vício não era satisfeito.

Acompanhado pela mãe, Aldil deixou a pequena vila em que vivia na ilha de Sumatra para se submeter ao tratamento na capital.

“Ele recebeu tratamento psicológico por um mês, tempo no qual os terapeutas o mantinham ocupado em atividades e o encorajavam a brincar com outros garotos da mesma idade”, disse Sirait. “Nós trocamos o passatempo dele de fumar por brincar.”

Em junho, a comissão já havia informado que a terapia havia feito Aldi baixar o consumo de 40 para 15 cigarros diários.

O caso do garoto chamou a atenção para os perigos das agressivas campanhas de marketing da indústria do tabaco voltada a mulheres e jovens em países em desenvolvimento como a Indonésia, onde a fiscalização é fraca e muitas pessoas desconhecem os males do cigarro.

O consumo de cigarro no arquipélago no sudeste da Ásia atingiu cerca de 47% da população nos anos 1990, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

Mortalidade infantil no Brasil cai 61% em 20 anos, diz estudo

País sobe para 90º em ranking e estaria a caminho de cumprir meta da ONU.

A taxa de mortalidade infantil no Brasil caiu 61,7% entre 1990 e 2010 - de 52,04 mortes por mil nascimentos em 1990 para 19,88/mil em 2010 -, de acordo com um estudo publicado na última edição da revista médica The Lancet.

O Brasil subiu nove posições no ranking internacional de mortalidade infantil nas últimas duas décadas e estaria a caminho de cumprir uma das metas do Milênio da ONU: diminuir a mortalidade infantil em dois terços até 2015.

A mortalidade infantil caiu no Brasil a uma taxa anual de 4,8% de 1970 a 2010. A ONU estima que seria necessário um índice de redução anual médio de 4,4% entre 1990 e 2015 para o cumprimento da meta, mas a média anual de redução registrada na análise de 187 países foi de 2,1%.

Apesar do esforço, o Brasil está em 90º lugar no ranking, com número bem mais alto de mortes na faixa etária de 0 a 5 anos do que o encontrado nos países desenvolvidos.

A mortalidade infantil no Brasil - que caiu de 120,7 a cada mil nascimentos vivos, em 1970, para 19,88 em 2010 - ainda é muito superior a dos países com o menor índice de mortalidade: Islândia (2,6) Suécia (2,7) e Chipre (2,8). Na Itália, o número é de 3,3, na Noruega de 3,4 e na França de 3,8.

O Brasil também perde em comparação com outros países em desenvolvimento, como o Chile (6,48), Cuba (5,25), China (15,4), México (16,5), Colômbia (15,3) e Argentina (12,8).

Os países com maior índice de mortalidade do mundo são a Nigéria (168,7), Guiné-Bissau (158,6), Niger (161), Máli (161) e Chade (114,4).

Mortalidade mais baixa
A análise de dados realizada pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington - que avalia estatísticas sobre saúde - afirma que a taxa de mortalidade entre as crianças com menos de cinco anos de idade em todo o mundo é mais baixa do que a estimada pelo Unicef em 2008.

Estudos anteriores destacaram que menos de um quarto dos países estava no caminho de cumprir a meta da ONU, mas este novo estudo afirma que o número de mortes na faixa etária diminuiu em 4,2 milhões de 1990 até 2010, caindo de 11,9 milhões para 7,7 milhões (estimativa).

Na lista, 56 dos 187 países aparecem com uma taxa de redução anual média igual, ou superior a 4,4% (o número estimado pela ONU como necessário para o cumprimento da meta). Globalmente, as taxas de mortalidade infantil declinaram em cerca de 60% no período de 1970 a 2010.

Um estudo anterior do Unicef estimava o número de mortes na faixa etária em 8,77 milhões em 2008, mas o estudo do IHME estima que o número no mesmo período foi, na verdade, de 7,95 milhões.

A nova análise afirma que a estimativa mais baixa se deve a novas pesquisas que mostram que o declínio na mortalidade infantil foi mais rápido do que o projetado, além da inclusão de outros métodos de medição.

Os autores afirmam que isso mostra a importância de se atualizar constantemente os métodos de medição para auxiliar os países na tarefa de determinar seu progresso no cumprimento da meta.

Futuro promissor
O estudo ainda mostra que o maior progresso foi visto entre os países pobres - nas Ilhas Maldivas a taxa de redução anual média foi de 9,2%, a mais alta entre os 187 países analisados entre os anos de 1970 e 2010.

A taxa de mortalidade infantil no país caiu de 247,06 mortes a cada mil nascimentos vivos para 14 crianças em 2010.

Um terço das mortes infantis ocorrem no sul da Ásia e metade na África sub-saariana.

Segundo o estudo, o progresso é promissor. Em 1970, havia 40 países com taxa de mortalidade mais alta do que 200 mortes a cada mil nascimentos vivos. Em 1990 este número havia caído para 12 países e em 2010 não há nenhum país com índices tão altos.

O ritmo de declínio também aumentou em 13 regiões do mundo no período de 2000 a 2010, em comparação com 1990 a 2000, inclusive todas as regiões da África sub-saariana.

A Grã-Bretanha aparece como o país com maior taxa de mortalidade infantil na Europa Ocidental, com 5,3 mortes por mil nascimentos vivos.

No ranking global da taxa de mortalidade, a Grã-Bretanha caiu de 12ª posição, em 1970, para 33ª em 2010. Apesar disso, o país diminuiu sua taxa de mortalidade infantil em três quartos desde 1970.

Os Estados Unidos estão em 42º lugar no ranking, com a estimativa de 6,7 mortes por cada mil nascimentos vivos em 2010. O índice de declínio da taxa de mortalidade infantil nos Estados Unidos e Canadá variou entre 2% e 3% ao ano, enquanto que nos outros países o declínio anual deu-se a uma taxa de 3% a 5%.

Dos 38 países com taxa de mortalidade infantil acima de 80 a cada mil nascimentos vivos em 2010, 34 estão na África sub-saariana.