Mudança no protocolo do tratamento facilitou a supervisão dos pacientes.
A médica pneumologista Margareth Pretti Dalcolmo diz que, quando o paciente rejeita a supervisão, ainda há a possibilidade de os profissionais de saúde tentarem um acordo. Segundo o Ministério da Saúde, 8,8% das pessoas que contraem tuberculose não completam os seis meses de tratamento. Esse número está acima do tolerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 5%.
Para Margareth Pretti, a mudança recente no protocolo de tratamento, que diminuiu de nove para quatro o número de comprimidos diários a serem ingeridos, é uma media que tem ajudado a convencer o paciente a seguir com o tratamento.
– A mudança humaniza e melhora a adesão porque é mais fácil convencer o paciente a tomar quatro comprimidos do que nove. A pessoa que está doente tem que ser seduzida.
A pneumologista Silvia Mateus concorda que deve haver um entendimento, um acordo, entre paciente e médico, quanto à supervisão do tratamento, mas ela diz que, no caso de crianças, o profissional de saúde tem que acompanhar.
O tratamento compulsório exige certas medidas, como aponta Tânia Rodrigues Mendes, procuradora do município de São Paulo. Entre os cuidados estão a garantia de assistência à família do paciente que será tratado e o aparelhamento da rede com condições de receber e tratar dignamente e de forma integral a pessoa que está internada ou sob supervisão.
Para a procuradora, faltam campanhas de divulgação da doença para a população e informações sobre os direitos dos pacientes.
A OMS calcula que a tuberculose atinja 8 milhões de pessoas por ano. Dessas, cerca de 2 milhões morrem. No Brasil, estima-se que a doença provoque a morte de 4.700 pessoas, dentre os 72 mil casos registrados anualmente. Em 2002, apenas 3,3% dos pacientes recebiam acompanhamento. Hoje, o índice aumentou para 43%.
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